Foto: Gabriel Haesbaert
Prédio do Hospital Regional ficou pronto há mais de um ano, mas recém definiu quem fará a festão
Depois de muito mistério em torno de detalhes sobre como funcionará o Hospital Regional de Santa Maria, o secretário de Saúde do Rio Grande do Sul, João Gabbardo dos Reis, esteve em Santa Maria na sexta-feira para revelar como será a gestão do complexo hospitalar e os próximos passos até o Regional abrir as portas. Gabbardo concedeu entrevista coletiva no começo da tarde, no auditório da 4ª Coordenadoria Regional de Saúde (4ªCRS). O secretário esteve acompanhado do prefeito em exercício de Santa Maria, Sérgio Cechin, da secretária municipal de Saúde, Liliane Mello Duarte, e do delegado da 4ª CRS, Roberto Schorn.
A coletiva durou cerca de uma hora e trouxe informações importantes na área. Conforme Gabbardo, foram praticamente oito tentativas de negociações com outras instituições até que o Instituto de Cardiologia - Fundação Universitária de Cardiologia do Rio Grande do Sul fosse autorizado, pela Procuradoria-Geral do Estado (PGE), a fazer a gestão do Regional. Isso quer dizer que o prédio público construído com recursos do governo federal, atualizado no valor de R$ 70 milhões, passará a ser gerido por uma instituição privada sem fins lucrativos.
Sobre os atendimentos, Gabbardo garantiu que serão 100% pelo Sistema Único de Saúde (SUS), situação que, segundo ele, já estava resolvida desde o início das negociações com o instituto. Esse era o pedido de lideranças e prefeitos da região. A previsão é que, dentro de 30 ou 40 dias, o contrato e o convênio sejam assinados.
O objetivo é contratar mil funcionários, porém, como a ideia é abrir as portas entre 90 e 120 dias, de forma gradativa, devem ser contratatos inicialmente cerca de 200 a 300 profissionais. O Regional não terá atendimento de urgência e emergência, e os atendimentos serão encaminhados por meio das secretarias de Saúde de cada município. Já as internações serão conduzidas pelo setor de regulação da Secretaria de Saúde do Estado. O hospital é de alta complexidade e, por conta disso, não fará partos.
- Agora, realmente, existe o abrir do hospital. A gente está muito feliz e trabalhando junto com todo esse planejamento porque foi dado um grande passo. Vamos trabalhar nas pequenas reformas - avaliou a secretária municipal de Saúde, Liliane Mello Duarte.
O Hospital Regional também vai ajudar a atenuar o problema da superlotação em hospitais como o Hospital Universitário de Santa Maria (Husm).
- A partir do momento em que o Regional estiver trabalhando regularmente, vai diminuir, e muito, as filas, principalmente, na traumatologia, pois temos uma demanda grande e reprimida - disse o delegado da 4ª CRS, Roberto Shorn.
Confira, a seguir, os principais tópicos detalhados pelo secretário João Gabbardo.
Foto: Charles Guerra
Secretário estadual de Saúde, João Gabbardo, prevê abertura do hospital entre 90 e 120 dias
A GESTÃO
Um ponto polêmico tratado na coletiva foi o fato de o Hospital Regional ter sido construído com dinheiro público passar a ser gerido por uma instituição privada sem fins lucrativos. Sobre a questão, o secretário estadual de Saúde afirmou que foi esse o ponto que levou à análise da proposta por parte da Procuradoria-Geral do Estado.
_ A gestão será compartilhada, nós não vamos simplesmente entregar para a fundação, vamos participar efetivamente da direção do hospital, vamos acompanhar a execução fincanceira dos recursos que serão disponibilizados. Ficará (o gestor) aqui em Santa Maria para ter os olhos do governo do Estado _ comentou João Gabbardo.
CONTRATAÇÃO DE PESSOAL
O secretário explica que os termos da contratação dos profissionais _ em torno de 1 mil _ serão conduzidos pelo instituto com a parceria do Estado. Como a ideia é abrir as portas em 90 ou 120 dias, neste primeiro momento, devem ser contratatos entre 200 e 300 profissionais. O processo será feito pelo gestor com análise de currículo e banco de dados.
_ Agora, vamos contratar trabalhadores, médicos, técnicos para o funcionamento do ambulatório, que vai ser referência para toda região para pacientes crônicos como idosos hipertensos e diabéticos. Com isso, vamos diminir a quantidade de internações. Vamos contratar esses assim que começar a funcionar o ambulatório. Imediantamente, já iniciaremos o processo da contratação dos demais funcionários _ explicou Gabbardo.
EQUIPAMENTOS
Conforme Gabbardo, a compra dos equipamentos gira em torno de R$ 50 milhões e contará com o aporte do Ministério da Saúde. Os equipamentos deverão ser comprados e alugados, dependendo do tipo de material.
AMBULATÓRIO
O secretário estadual não quis adiantar prazos, mas deu a entender que, dentre três a quatro meses, o Hospital Regional abrirá as portas de forma gradativa com um ambulatório que será referência para todo o Estado (veja no quadro as especialidades).
_ O Hospital Regional não será "porta aberta". Será um hospital de referência, isso quer dizer que os pacientes serão encaminhados via Secretaria de Saúde e Unidades Básicas de Saúde de Santa Maria e da região.
ADEQUAÇÕES NO PRÉDIO
O Plano Operacional elaborado pelo grupo Sírio-Libanês, de São Paulo, apontou irregularidades no prédio. Fechado há mais de um ano e sem receber pacientes, o local precisa passar por manutenção e algumas reformas. O prefeito em exercício, Sérgio Cechin, garantiu que a prefeitura de Santa Maria irá colaborar.
- Essas despesas de adpatação e conserto, alguma reforma que será necessária, o muncípio se compromete em ajudar. Esse é o compromisso da nossa administração - completou Cechin.
CONTRATO E CONVÊNIO
Dentro de 30 ou 40 dias, deve ser dado mais um passo importante na gestão do complexo hospitalar, a assinatura do contrato e do convênio. O contrato será entre a institução e o Ministério da Saúde pelo serviço de produção, e outro será o convêncio entre o Instituto de Cardiologia e o Estado para contratar pessoas e equipamentos.
- Sobre os leitos, serão, no total, 270. Cerca de 20 devem ser divididos entre UTI adulta e pediátrica, mas ainda estamos analisando essa situação - explica Gabbardo.
Além disso, o secretário mencionou que, como o Instituto de Cardiologia é uma instituição filantrópica e não pode ter lucro, os recursos financeiros devem voltar para os hospitais que eles fazem a gestão.
- O Instituto vem para dar o atendimento que nós queremos, na qualidade que nós queremos, e que esse recurso seja necessário e suficiente para isso. Ele vai receber a produção de serviço, ou seja, consultas, cirurgias, exames. Tem uma tabela e, pelo valor da tabela, o Ministério da Saúde repassa para o hospital. Com isso, nós temos certeza que teremos um equilíbrio, e será suficiente para o hospital - finalizou Gabbardo.
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